Grupo organiza abaixo-assinado contra assoreamento na Ponta da Praia
Clube quer pedir inquérito no Ministério Público para investigar sumiço da faixa de areia
SHEILA ALMEIDA 06/06/2015 - 14:09 - Atualizado em 06/06/2015 - 14:14
Faixa de areia está cada vez menor na Ponta da Praia
Não é de hoje, a faixa de areia na Ponta da Praia sofre com o assoreamento acelerado. Agora, um clube de praia, com barraca no trecho, resolveu fazer uma ação para ao menos tentar compreender esse processo: eles promovem um abaixo-assinado para pedir a abertura de inquérito no Ministério Público
Federal e Estadual para investigar o caso. Querem que algo seja feito para a faixa de areia não desaparecer na região.
Quem promove o abaixo-assinado é o Clube da Ponta Futebol de Praia, cuja barraca fica próxima ao Canal 6, um pouco antes do Aquário Municipal. A ideia é colher mais de duas mil assinaturas até 21 horas deste sábado (6). A mobilização começou nessa sexta-feira (5), no Dia Mundial do Meio Ambiente.
Considerados filhos adotivos desse pedaço do bairro – muitos foram criados lá – os 14 integrantes que se reúnem na barraca querem soluções. “O mar tem avançado no País todo, isso é indiscutível. Mas aqui o processo foi acelerado”, diz o engenheiro Elio Lopes.Um exemplo é a localização da própria barraca. Desde 2010, mudou três vezes de lugar: estava metros após o Aquário e foi expulsa pelo avanço das águas.
O presidente da entidade, Orlando Parra, de 53 anos, explica que o abaixo-assinado não quer culpar ninguém pela situação. “Não queremos saber quem vai tomar providências. Queremos que seja resolvido. A falta de compromisso é muito grande. Fazem as coisas sem planejamento, seja o órgão que for”.
Como no quintal da avó
Há cerca de quatro anos, a extensão da areia no trecho ainda permitia jogos e brincadeiras, realidade que não existe mais, segundo o vice-presidente do clube, Rubens Passos, de 63 anos, que frequenta o local desde 1970. “Imagine, além desses dois postes de iluminação após a barraca, tinha mais um e ainda fazíamos campo para jogar futebol. O que perdemos de praia em três, quatro anos, foi muito”, calcula.
Mas não é só o pessoal da barraca que sente o avanço. Everaldo José dos Santos, de 63 anos, trabalha no carrinho de bebidas da mulher, Solange Maria dos Santos. Fundado em 1986, o comércio também sofre. “Nos anos 90 tinham três barracas de praia depois do terceiro poste de luz (já retirado). Com espaço, vinha mais gente. Vendíamos muito. Agora, estamos espremidos, um carrinho em cima do outro. Muitos desistiram”, diz.
A Prefeitura afirma que contratará uma empresa para compilar dados já existentes e propor, após 45 dias, uma ação imediata, mesmo que temporária, para minimizar a situação. Ainda não há prazo de contratação. Há cerca de um mês e meio, a Prefeitura afirmava estar em fase final processo para contratar uma empresa a fim de dar uma solução definitiva ao problema
fonte: http://www.atribuna.com.br/noticias/noticias-detalhe/santos/grupo-organiza-abaixo-assinado-contra-assoreamento-na-ponta-da-praia/?cHash=7211c252f7b31e18f88b6bbc91e7cae8