Passageiros criticam catraieiros e falta de coletes
Capitania abre inquérito para apurar causas do acidente envolvendo uma catraia e uma lancha da Dersa
Da Reportagem
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Os passageiros que utilizam as catraias que fazem o transporte entre Santos e Vicente de Carvalho criticaram a não utilização de coletes salva-vidas durante o trajeto e afirmaram que os catraieiros são irresponsáveis. O Diário do Litoral esteve no atracadouro em frente ao Mercado Municipal de Santos e conversou com os usuários do transporte, um dia após uma colisão entre uma catraia e uma lancha da Dersa jogar 17 tripulantes no mar.
A Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP) informou, ontem, que instaurou inquérito para apurar as causas do acidente envolvendo a catraia de número 21 e a Lancha Paecará, da Dersa, que também realiza o transporte de passageiros entre Santos e Vicente de Carvalho. O órgão afirma que o prazo de conclusão do inquérito é de até 90 dias e dessa forma apurará as causas determinantes do acidente, bem como os possíveis responsáveis.
“Eu pego as catraias todos os dias e eles (catraieiros) são irresponsáveis, às vezes passam navios e eles continuam, não recuam, eles precisam de orientação por parte da Capitania dos Portos. Eu fico com medo, mas é o meio mais rápido para eu chegar em casa”, afirma a doméstica Eliana Simões Suotu, de 35 anos.
A doméstica ainda criticou a não utilização de coletes salva-vidas. “Ficam guardados dentro do baú (coletes), alguns fechados com cadeado. Se acontecer algo, como as pessoas vão pegar os coletes?”.

Passageiros criticaram condição dos atracadouros em Santos e Vicente de Carvalho (Foto: Matheus Tagé/DL)
O assistente Edson Pereira também criticou a situação. “Os coletes devem ficar na frente de todo mundo, deve ficar disponibilizado, aí vai dos usuários utilizar ou não, mas que deve ficar na frente de todos, deve”.
A ajudante geral Shirleide Santos Jesus, de 34 anos, afirma que apesar da travessia ser perigosa o transporte é a maneira mais rápida dela chegar em casa. “O maior problema é atravessar sem colete. É bastante perigoso. Eles (catraieiros) são muito imprudentes, os problemas são constantes na travessia”.
Para o oficial de administração Geraldo Batista, de 45 anos, os catraieiros precisam passar por treinamento. “Em caso de emergência eles (catraieiros) devem nos indicar como agir, o que devemos fazer em situações de perigo, mas isso não ocorre. Deveria ocorrer uma fiscalização maior da Capitania”.
Catraeiros se defendem
O catraieiro Eduardo dos Santos, proprietário de duas embarcações, afirma que os usuários não utilizam os coletes salva-vidas por questões próprias. “A travessia é rápida e pela rapidez as pessoas preferem não colocar. Colocamos 22 coletes nos baús e disponibilizamos aos usuários, eles que não utilizam”.
De acordo com Santos, os catraieiros estudam fazer um plebiscito com os usuários. “Queremos conversar com os passageiros e ver o que precisamos mudar e o que deve ser feito”, pontua.
Condições precárias
Os usuários das catraias também criticaram as condições que são obrigados a passar diariamente. O Diário do Litoral constatou que os banheiros estavam fechados e mesmo uma cobertura existente não dava conta do excesso de chuva que atingiu Santos na tarde de ontem. Os munícipes eram obrigados a utilizar guarda-chuvas mesmo embaixo da cobertura de concreto existente no atracadouro.
“Todo dia é a mesma coisa. Os banheiros ficam fechados, tanto o feminino como o masculino. Não tem ninguém da Prefeitura para indicar ou relatar o que ocorre aqui, é um absurdo. Do lado de Vicente de Carvalho os banheiros são nojentos, mal dá para usar”, pontua Pereira.
“Todo dia é a mesma coisa. Os banheiros ficam fechados, tanto o feminino como o masculino. Não tem ninguém da Prefeitura para indicar ou relatar o que ocorre aqui, é um absurdo. Do lado de Vicente de Carvalho os banheiros são nojentos, mal dá para usar”, pontua Pereira.
Problemas na lancha da Dersa
Um dia após colidir com uma catraia e causar acidente em que 17 pessoas foram lançadas ao mar, a lancha da Dersa PaeCará apresentou problemas com um principio de incêndio na manhã de ontem. Segundo informações, em março a lancha já havia apresentado o mesmo problema.
Em nota, a Dersa explicou que a embarcação não pegou fogo e que um problema mecânico teria causado fumaça na PaeCará. “No momento, a lancha ainda estava atracada na estação Vicente de Carvalho e todos os usuários foram imediatamente retirados da embarcação”, afirma a empresa em nota. A embarcação foi retirada do serviço para reparos.
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